Demi sentia-se fraquejar. Seria tão mais
simples deixar Joe tomar as decisões, seria tão mais agradável se ele se
encarregasse de defendê-la da opinião pública, fazendo com que todos
acreditassem que a amava...
Não, não poderia ser assim, porque senão
ela mesma correria um sério risco de também acreditar nessa mentira.
Demetria: Não. — Determinada, sacudiu a cabeça. —
Não vou me esconder atrás de você, Joe, não mentirei, nem fingirei. Posso ter
cometido um erro imoral, na opinião de alguns. Mas, para mim, mentir seria um
erro muito mais grave. Se querem me criticar ou me condenar, terei de aceitar
as consequências de meus atos.
Vendo no olhar de Demi o temor e a
altivez lutarem entre si, Joe sentiu uma grande admiração pela honestidade dela
e, ao mesmo tempo, ternura por sua fragilidade. Era tão inocente, tão sensível!
Tinha de protegê-la tanto de si mesma quanto dos outros.
Joe fez a curva para entrar em sua
garagem.
Joseph: Você será crucificada. Será que quer
jogar tudo o que conquistou até agora pela janela, Demi? A escola, o respeito
que conseguiu? Porque posso garantir que é isso o que vai acontecer.
Demetria: Existem outras escolas — respondeu ela,
lutando para esconder a dor que aquelas palavras haviam lhe causado.
Joe estacionou, e só então ela notou onde
estavam.
Demetria: Por que me trouxe aqui? Quero ir para
minha casa,
Joseph: Você é minha noiva. Aqui também é seu
lar.
Demetria: Não! Nós não podemos ficar noivos! Não
é... nós não...
Joseph: Nós precisamos, Demi, não temos
escapatória.
Demetria: Leve-me daqui! Quero ir para minha casa
— insistiu. — Tenho uma reunião hoje à noite e, se eu não for, Myra Fanshawe
vai ganhar o dia.
**
Demi afundou no sofá. A reunião fora tão
horrível quanto imaginou. Myra tentou o tempo inteiro transformar o encontro
num debate de moralidade, com a clara intenção de humilhá-la.
Algumas pessoas a haviam apoiado, com os
mais sinceros votos de felicidades, e alguns pais chegaram a se solidarizar com
ela.
— Ficamos felizes com a decisão de seu
noivo de manter a fábrica em funcionamento.
— O amor conquista tudo — acrescentou outra, com um sorriso.
O amor tinha mesmo esse poder, refletia
Demi. Porém, Joe não a amava.
O telefone tocou e, achando que fosse
Logan, Demi atendeu.
Logan: Você é incrível mesmo, hein, prima?
Demi suspirou.
Demetria: Já soube das novidades?
Logan: Claro que sim. A cidade inteira já está
sabendo. A propósito, acho que minha mãe falou com a sua, hoje à tarde, pelo
telefone.
Demetria: O quê?! Mas eu não queria que eles
soubessem!
Logan: Como? — parecia confuso.
Demetria: Ou melhor, eu não queria que soubessem, por enquanto. — Demi apressou-se
em corrigir-se. — Queria contar eu mesma, e tudo aconteceu tão rápido que...
Logan: Nem me diga. Confesso que fiquei
atordoado quando soube que passou a noite com Joe no hotel, sobretudo porque
naquele jantar você o tratou como o inimigo público número um.
Demetria: Oh, Logan... — se conteve.
Como poderia explicar para o primo toda
aquela confusão? E para quem então ela poderia contar, senão para ele?
Quando disse a joe que não queria se
esconder atrás dele, foi sincera. No entanto, de repente se deu conta de que
nada era tão simples assim. Havia outras pessoas em sua vida cujos sentimentos
e opiniões Demi precisava levar em consideração.
Depois de desligar, ficou ali parada,
mordendo o lábio por alguns minutos, antes de pegar de novo o aparelho. Com as
mãos trêmulas, discou o número de Joe.
Bastou o som da voz dele, ao atender o
telefone, para causar-lhe nervosismo.
Demetria: É Demi. Estive pensando sobre o que
você disse, quanto a nosso noivado, e eu concordo.
Ao perceber que Joe não dizia nada, a
boca de Demi secou. E se ele tivesse mudado de ideia? E se houvesse desistido
de defender sua própria reputação e não achasse mais que era sua
responsabilidade defendê-la?
Em seguida, ouviu o clique do telefone no
gancho e sentiu um arrepio fortíssimo. Ele não queria mais!
E agora? O que iria fazer?
Dez minutos mais tarde, Demi estava
encolhida no sofá, quando ouviu a campainha tocar.
"Deve ser Logan", pensou ao se
levantar para ir atender, descalça.
Mas não era Logan, e sim Joe! Caminhando
até a sala de entrada, percebeu que ele trazia uma garrafa de champanhe e duas
taças.
Joseph: Só existe uma maneira de um casal comemorar o compromisso que assumiram
um com o outro, Demi. E isso inclui uma cama e muita privacidade. De
preferência, uma cama grande e um longo período de privacidade. Mas, já que
nosso noivado não é o tipo de compromisso para todo o sempre, achei que
champanhe seria muito bom.
Quando terminou de falar,Joe olhou para
ela. Demi sabia que estava vermelha, não de raiva ou vergonha, percebeu,
sentindo-se culpada, mas com a reação que as palavras de Joe haviam lhe
provocado.
Joseph: Evidente que se você preferir a
primeira alternativa... — sugeriu, meloso.
Demi o encarou, indignada.
Demetria: Eu preferiria não me encontrar nesta
situação.
Quando ela se virou para o outro lado, Joe se perguntou o que Demi faria se ele lhe dissesse que estava prestes a
tomá-la nos braços e que gostaria de levá-la para um lugar onde ficassem a
sós, para que pudesse saciá-la com seus beijos, oferecendo-lhe tanto amor,
tanto...
Tanto o quê? Tanto que ela diria que
também o amava?
Joseph: Como foi a reunião de pais? — Joe abriu
a garrafa.
Demetria: Nosso noivado abriu a discussão. — Demi fez uma careta.
Decidiu não contar que Myra lhe disse,
antes de sair, que pretendia comunicar tudo às autoridades.
Joseph: É só tempestade em copo d'água. Daqui a
seis meses, ninguém vai se lembrar disso.
Não foi isso o que Joe disse antes,
quando insistiu no noivado como única forma de evitar um escândalo para ela. Demi mordeu o lábio. De qualquer maneira, dentro de seis meses, poderia já
tê-la esquecido, mas ela jamais se esqueceria dele.
Joe ofereceu-lhe uma taça.
Demetria: Não, eu não posso.
Para seu alívio, ele não insistiu. Apenas
apoiou a taça numa mesa, antes de perguntar:
Joseph: Por causa do que houve no hotel, depois
que tomou aquele coquetel?
Antes que ele concluísse,Demi fez que
não. Não era esse o motivo, por estranho que parecesse, diante daquelas
circunstâncias.
Demetria: Não, Joe. É que eu detesto ter de
fingir assim. Não acho certo fazer um brinde tão tradicional e romântico numa
situação artificial, uma ficção.
A honestidade dela, tão direta e
inesperada, comoveu Joe. Demi parecia tão triste, tão adorável que ele tinha
vontade de estreitá-la contra si.
Joseph: Não...
Demetria: Por favor, não quero mais falar sobre
isso. — Ela se ergueu e foi até a sala.
Sabia o que ele pretendia dizer. Diria
que, diante de tudo aquilo, a franqueza deles não importava. Talvez não para
ele, mas, para ela, sim. Sobretudo porque, no conceito de Demi, aquele cinismo
significava uma falta de respeito em relação a um costume, um gesto tão
especial quanto uma comemoração de noivado, reservada apenas às pessoas que se
amavam.
Demetria: Gostaria que você fosse embora, Joe.
Por um momento, ele hesitou. Demi parecia
tão frágil que gostaria de ficar a seu lado. Estava pálida e cansada. Franzindo
a testa, observou-a mais uma vez.
Joseph: Demi, sei que já falamos sobre isso,
mas... se existe alguma chance de você ter se enganado e estar grávida, então
eu...
Demetria: Não estou!
Demi chegou a crer que pudesse ter se
enganado, julgando-o mal. Mas, mesmo que suas defesas tivessem fraquejado,
diante da sensibilidade e da preocupação que lhe demonstrou minutos antes, Joe acabava de lhe dar a prova de que precisava. Não se enganava, agora sabia com
convicção.
Só havia um motivo para ele estar ali, só
uma pessoa com a qual se preocupava, e não era ela ou a criança que Joe não
desejava.
Demetria: Estou exausta, Joe. Quero que você vá
embora.
Ao entrar na Mercedes, Joe se indagava o
que havia pretendido com tudo aquilo. Será que pensou que o simples fato de
aparecer com uma taça de champanhe para comemorarem aquele noivado fictício
bastaria para fazê-la se apaixonar? Como se isso fosse possível...
Podia ser um tolo, mas era um sujeito
honrado e queria defender Demi e sua reputação. E, por enquanto, manter aquela
farsa diante de todos era a única maneira de conseguir isso. Dentro de pouco
tempo, daria a ela um anel de brilhante, para selar o noivado deles diante de
todos.
Próximo Capitulo ....
Esse capitulo foi meio chato mais os próximo vão melhorar ...
Me desculpem o atraso para postar mais sabe como è , tercero ano `e foda!
Nao sei quando posto outro mais relaxem que nao vou demorar uma eternidade , beijos e bom final de semana !!!