sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

CAPÍTULO 5

                                                             ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL




Liam  os encontrara!


     
     Falando a verdade, a creche não deveria permitir qualquer pessoa não autorizada por um dos pais ter acesso a nenhuma das crianças, mas Demi sabia o quanto Liam podia ser persuasivo. Ela sentiu o estômago nauseado. Ele tentaria retomar sua vida novamente. Diria que era para seu bem. Com toda certeza, lembraria a Demetria que os pais haviam deixado a

herança para ele porque confiavam em Liam para cuidar da irmã... mesmo que sua mãe lhe dissera que a casa seria sua um dia, porque pertencera a seu pai.


Suri: Ele está na sala de espera — informou-lhe a sra. Suri
Demi assentiu, mas em vez de ir para a sala de espera foi para o lugar onde outras mães estavam ocupadas aparelhando seus filhos.


Daniel estava sentado no chão, distraído com alguns brinquedos e, como sempre, ao vê-lo, o coração de Demi inundou-se de amor. No minuto que ele a avistou, ergueu os braços para ser pego. Somente depois de aninhá-lo nos braços Demi sentiu-se com coragem para olhar através da parede de vidro da sala de espera adiante.


 Havia apenas uma pessoa lá. Estava de pé, de costas para o vidro, e não era Liam. Mas qualquer alívio que pudesse sentir foi obliterado pelo choque do reconhecimento que a dominou, causando-lhe exatamente a mesma sensação de formigamento em todo o seu corpo que a percorrera pela manhã no saguão do hotel, quando ele a segurara.  

 
Demetria pressionou Daniel mais junto ao corpo no mesmo momento em que o homem do saguão do hotel virou-se.
Ele não estava usando os óculos escuros, e ela podia ver-lhe os olhos.
Sentiu uma falta de ar tão grande que lhe causou dor física. Soube quem ele era imediatamente. Como não poderia tê-lo reconhecido quando os olhos à sua frente eram idênticos aos olhos de seu filho? Que ele e Daniel compartilhavam o mesmo sangue não havia dúvida... todavia, ele não se parecia em nada com o pai de Daniel , o homem que a violentara! Nicolla Jonas tinha um rosto carnudo e olhos castanhos frios, muito próximos um do outro. Aquele homem era alto, com ombros largos e o corpo, como ela já sabia, era rígido e musculoso.


Ele estava barbeado, os cabelos escuros bem penteados, enquanto Nick deixava a barba sem aparar e os cabelos eram emplastados de gel.
Tudo naquele homem dizia que possuía altos padrões para si mesmo, e ainda mais para os outros. A palavra dele, uma vez dada, seria para sempre.
Tudo em Nick dizia que ele não era confiável, mas, a despeito das diferenças entre os dois, aquele homem só podia ser parente do homem que a estuprou.

Daniel era a prova disso. Demi quis virar-se e fugir, o medo apossando-se de seu ser, enquanto sentia suas defesas enfraquecerem. Mas o medo que sentia não era por si mesma, teve tempo de reconhecer. Era um medo diferente, que parecia consumi-la. Instintivamente, sabia que aquele homem não era ameaça para ela. O interesse dele não era nela. Era no seu filho  ..... em Daniel!

Sua boca ficou seca e seu coração batia descompassado, deixando-a sem forças. Não havia como fugir, ela sabia disso. Mesmo assim, tentou atrasar o inevitável, suas mãos tremendo quando afivelou Daniel no carrinho de bebê, e, então, relutantemente, empurrou a porta.

Ele a estava esperando no corredor e ajudou-a com o carrinho, a mão forte e bronzeada perto da dela.
Joseph franziu o cenho diante da reação dela. Aquele medo era parte do legado que Nick lhe deixara? Ele fora atingido por vê-la vulnerável mais cedo, e por seu próprio desejo não natural de tranquilizá-la.
Agora, aquele sentimento tinha voltado.
Joseph não estava acostumado a sentimentos fortes por ninguém além dos membros imediatos de sua família. Nunca negara para si mesmo seu amor e senso de proteção pelos dois irmãos mais jovens, nem sua crença que, sendo o mais velho, na falta do amor do pai e da presença da mãe em suas vidas, era sua responsabilidade protegê-los e criá-los, mas nunca antes sentira aquela necessidade intensa de proteger emocionalmente qualquer outra pessoa.
 
Era por causa da criança, claro. Não poderia haver outro motivo para sua reação ilógica.
Tinham sido necessárias diversas horas de ligações telefônicas para detectá-la através da agência que a empregara... graças àquela recepcionista desprezível, que o impediu de segui-la no hotel.
 
Naquela manhã, Joseph havia sentido pena de Demetria. Agora estava motivado pelo seu dever ao nome de sua família a consertar a violência que Nick cometeu. E, é claro, assegurar que o filho de Nick crescesse sabendo de sua herança Jonas. Levou tempo demais e muito dinheiro para rastreá-lo, mas agora que o localizou não havia dúvida que a criança era um Jonas. Ele soube no minuto que o viu na creche. A herança do menino estava estampada em suas feições, e Joseph viu pela expressão da mãe que ela sabia disso também. 

Eles estavam do lado de fora agora, sem ninguém para ouvi-los.




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