quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

CAPÍTULO 21

SÓ MAIS UMA NOITE.




No fim da semana, Demetria estava achando incrivelmente frustrante o intervalo que era obrigada a fazer em seu trabalho por causa de madame Constancia.



Constancia:  Perturba-me essa sua determinação de não se casar, Demi — Constancia estava lhe dizendo enquanto ela trabalhava. — Isso se deve a um caso de amor infeliz?


Demetria: Pode-se dizer que sim — concordou ela com cuidado.


Constancia:  Ele pode ter partido seu coração, mas você é jovem, tem muito tempo pela frente.



Demetria: Não foi o meu coração que ele partiu, mas o de minha mãe — Demi a corrigiu. — E ela nunca esqueceu, nem mesmo quando conheceu e se casou com meu padrasto. Quando meu pai disse que a amava, ela acreditou, mas não era verdade! Ele abandonou a nós duas.



Constancia: Ah, entendo. E por causa da grande mágoa que seu pai lhe causou, você está determinada a nunca mais confiar num homem? Nem todos os homens são como seu pai, Demi.



Demetria: Talvez não, mas é um risco que não vou correr. Nunca quero ficar tão ferida como... minha mãe ficou. Nunca!


Constancia: Você diz isso, mas acho que teme que já esteja ferida.



Demi ficou feliz com a chegada de José  para pôr um fim no que estava se tornando uma conversa desconfortável.


Eram duas horas da tarde e madame Constancia estava tirando uma soneca.


Demi andava impaciente pelo jardim. Estava ansiosa para continuar o painel. De repente, decidida, entrou em seu quarto e pegou Sophia.

José não fez nenhum comentário quando ela pediu que ele a levasse de volta ao hipódromo e, educadamente, abriu-lhe a porta do carro.



O calor estava insuportável e depois que José ligou o ar condicionado, partiu, deixando-a com seu trabalho.


Um andaime móvel foi montado para que ela pintasse a parte superior da parede. Depois de um bom tempo, a garganta estava seca e a cabeça doía, mas ela recusava-se a parar. Nos olhos da mente, podia ver o animal pronto, narinas alargando-se, os pêlos desordenados ao vento, a espuma do mar quando ele brotava das ondas.



O pincel movimentava-se enquanto ela lutava para capturar a imagem de dentro de sua cabeça. Aquele cavalo, o mais formoso e forte de todos os demais, não toleraria nenhuma competição do mar. Ficaria erguido nas patas traseiras, os poderosos músculos das patas e barriga, visíveis...


Sophia, de seu carrinho lá embaixo, ao lado do andaime, estava sussurrando sozinha e o instinto de Demi a fez virar-se.



Para sua surpresa, viu Joe parado ao lado de Sophia, observando-a.


Demetria: Joe... — Ela deu um passo para frente e então parou, dando-se conta de que ainda estava no andaime. — O que... o que você está fazendo aqui? — perguntou para cobrir sua reação de desejo por ele.



Joseph: Você tem idéia de quanto aborreceu Constancia ignorando minhas instruções? — devolveu ele, friamente.


Ela desviou os olhos. Gostava muito da tia-avó dele e detestava o pensamento de que pudesse tê-la chateado.



Demetria: Sinto muito se ela ficou aborrecida — disse, sinceramente. — Mas prometi a Sua Alteza que o painel ficaria pronto o mais rápido possível. Sua tia já tem idade e fiquei com pena de tirá-la da soneca da tarde. Acredite ou não, Joe, também tenho uma reputação a zelar.



Joseph: Nesse caso, por que não veio a mim e explicou isso em vez de se comportar como criança e esperar que minha tia virasse as costas?


Ela franziu o cenho. O que ele estava dizendo soava tão... tão razoável e sensato.

 Demetria:  Seu comportamento em relação a mim encorajou-me a não pedir sua compreensão — murmurou ela quando começou a descer do andaime, tentando espreguiçar os músculos doloridos.



Joseph:  Cuidado, você pode... — Ele não conseguiu completar a frase.


Para frustração de Demi, como se a advertência dele tivesse provocado aquilo, o andaime balançou e ela começou a escorregar.


Quando gemeu instintivamente de susto, Joe a segurou, apoiando-a para que pudesse escorregar segura até o chão.



Ela corou quando adiantou a justificativa triunfante de Joe sobre a insistência de que ela tivesse uma dama de companhia. Mas em vez de falar alguma coisa, ele apenas continuou a segurá-la pela cintura. Mãos grandes e fortes espalharam um calor súbito e intoxicante por sua pele através das roupas.



Zonza, Demetria fechou os olhos, tentando bloquear o efeito da proximidade dele. Em vão. Consternada, admitiu a si mesma que aquele homem fazia com que sua vulnerabilidade atingisse limites excepcionais. Imagens vivas de Joseph dominaram-lhe a mente e ela tremeu inteira.



Joseph: Demi? O que houve? — ela o ouviu perguntando agoniado. — Você está sentindo alguma....


Imediatamente ela abriu os olhos.


Demetria: Não, estou bem — começou e parou, incapaz de desviar os olhos traiçoeiros que haviam se fixado na linda boca dele com desejo intenso.



Então soube, pelo súbito silêncio que se seguiu, que Joseph estava ciente de seu olhar. Mas os sinais de alarme do bom senso foram silenciados pelo som interior de seu próprio desejo ardente. Nenhum poder do mundo, muito menos o de sua força de vontade, podia deter o que estava sentindo, reconheceu quando sentiu o aperto das mãos dele passar de protetor a sexual.



Sem pensar, passou a ponta da língua nos lábios, como se conduzida por um instinto de umedecê-los. Ondas sensuais a fizeram involuntariamente aproximar-se ainda mais dele.
Ela o sentiu prender a respiração, o corpo instintivamente inclinando-se sobre ele quando a fraqueza a assolou.

A boca dele tocou-lhe os lábios, mas não do mesmo modo que tocou antes. Nunca imaginou que pudesse haver tanta doçura num beijo, tanta lentidão, tanta paixão cuidadosamente contida, esperando para destruir-lhe a resistência. Ela queria se perder completamente naquela sensação... perder-se nele.


Ouvindo o som de passos, ele se afastou.


Sem ação, Demetria o viu dirigir-se a José.


Levantando a mão, ela tocou os lábios, como se não pudesse acreditar no que aconteceu. No que quis que acontecesse. Desejou que Joseph a beijasse. Seu corpo ardeu por ele de uma maneira tão íntima... Como podia ser? Ela ficou paralisada, em silêncio. Eles eram inimigos, não eram?


Ele estava se aproximando novamente e ela se sentiu dominada pelo pânico. Não queria que Joseph percebesse o que estava acontecendo em seu interior.



Joseph:  Devemos voltar para casa imediatamente! — exclamou ele.


Próximo Capítulo... 




 
 gENTE desculpem a demora , é que tá chegando o carnaval ai tá uma loucura aqui em casa  e ainda tem a escola ....
mais enfim .... posto mais hoje , não se preocupem , ta tudo pronto é só postar :) COMENTEM

Um comentário: