No fim da semana, Demetria estava
achando incrivelmente frustrante o intervalo que era obrigada a fazer em seu
trabalho por causa de madame Constancia.
Constancia: Perturba-me essa sua determinação de não se
casar, Demi — Constancia estava lhe dizendo enquanto ela trabalhava. — Isso se
deve a um caso de amor infeliz?
Demetria: Pode-se dizer que sim —
concordou ela com cuidado.
Constancia: Ele pode ter partido seu coração, mas você é
jovem, tem muito tempo pela frente.
Demetria: Não foi o meu coração que
ele partiu, mas o de minha mãe — Demi a corrigiu. — E ela nunca esqueceu, nem
mesmo quando conheceu e se casou com meu padrasto. Quando meu pai disse que a
amava, ela acreditou, mas não era verdade! Ele abandonou a nós duas.
Constancia: Ah, entendo. E por causa
da grande mágoa que seu pai lhe causou, você está determinada a nunca mais
confiar num homem? Nem todos os homens são como seu pai, Demi.
Demetria: Talvez não, mas é um risco
que não vou correr. Nunca quero ficar tão ferida como... minha mãe ficou. Nunca!
Constancia: Você diz isso, mas acho
que teme que já esteja ferida.
Demi ficou feliz com a chegada de
José para pôr um fim no que estava se
tornando uma conversa desconfortável.
Eram duas horas da tarde e madame
Constancia estava tirando uma soneca.
Demi andava impaciente pelo jardim.
Estava ansiosa para continuar o painel. De repente, decidida, entrou em seu
quarto e pegou Sophia.
José não fez nenhum comentário
quando ela pediu que ele a levasse de volta ao hipódromo e, educadamente,
abriu-lhe a porta do carro.
O calor estava insuportável e depois
que José ligou o ar condicionado, partiu, deixando-a com seu trabalho.
Um andaime móvel foi montado para
que ela pintasse a parte superior da parede. Depois de um bom tempo, a garganta
estava seca e a cabeça doía, mas ela recusava-se a parar. Nos olhos da mente,
podia ver o animal pronto, narinas alargando-se, os pêlos desordenados ao vento,
a espuma do mar quando ele brotava das ondas.
O pincel movimentava-se enquanto ela
lutava para capturar a imagem de dentro de sua cabeça. Aquele cavalo, o mais
formoso e forte de todos os demais, não toleraria nenhuma competição do mar.
Ficaria erguido nas patas traseiras, os poderosos músculos das patas e barriga,
visíveis...
Sophia, de seu carrinho lá embaixo,
ao lado do andaime, estava sussurrando sozinha e o instinto de Demi a fez
virar-se.
Para sua surpresa, viu Joe parado ao
lado de Sophia, observando-a.
Demetria: Joe... — Ela deu um passo
para frente e então parou, dando-se conta de que ainda estava no andaime. — O
que... o que você está fazendo aqui? — perguntou para cobrir sua reação de
desejo por ele.
Joseph: Você tem idéia de quanto
aborreceu Constancia ignorando minhas instruções? — devolveu ele, friamente.
Ela desviou os olhos. Gostava muito
da tia-avó dele e detestava o pensamento de que pudesse tê-la chateado.
Demetria: Sinto muito se ela ficou
aborrecida — disse, sinceramente. — Mas prometi a Sua Alteza que o painel
ficaria pronto o mais rápido possível. Sua tia já tem idade e fiquei com pena
de tirá-la da soneca da tarde. Acredite ou não, Joe, também tenho uma reputação
a zelar.
Joseph: Nesse caso, por que não veio
a mim e explicou isso em vez de se comportar como criança e esperar que minha
tia virasse as costas?
Ela franziu o cenho. O que ele
estava dizendo soava tão... tão razoável e sensato.
Demetria: Seu comportamento em relação a mim
encorajou-me a não pedir sua compreensão — murmurou ela quando começou a descer
do andaime, tentando espreguiçar os músculos doloridos.
Joseph: Cuidado, você pode... — Ele não conseguiu
completar a frase.
Para frustração de Demi, como se a
advertência dele tivesse provocado aquilo, o andaime balançou e ela começou a
escorregar.
Quando gemeu instintivamente de
susto, Joe a segurou, apoiando-a para que pudesse escorregar segura até o chão.
Ela corou quando adiantou a justificativa
triunfante de Joe sobre a insistência de que ela tivesse uma dama de companhia.
Mas em vez de falar alguma coisa, ele apenas continuou a segurá-la pela
cintura. Mãos grandes e fortes espalharam um calor súbito e intoxicante por sua
pele através das roupas.
Zonza, Demetria fechou os olhos,
tentando bloquear o efeito da proximidade dele. Em vão. Consternada,
admitiu a si mesma que aquele homem fazia com que sua vulnerabilidade atingisse
limites excepcionais. Imagens vivas de Joseph dominaram-lhe a mente e ela
tremeu inteira.
Joseph: Demi? O que houve? — ela o
ouviu perguntando agoniado. — Você está sentindo alguma....
Imediatamente ela abriu os olhos.
Demetria: Não, estou bem — começou e
parou, incapaz de desviar os olhos traiçoeiros que haviam se fixado na linda
boca dele com desejo intenso.
Então soube, pelo súbito silêncio
que se seguiu, que Joseph estava ciente de seu olhar. Mas os sinais de alarme
do bom senso foram silenciados pelo som interior de seu próprio desejo ardente.
Nenhum poder do mundo, muito menos o de sua força de vontade, podia deter o que
estava sentindo, reconheceu quando sentiu o aperto das mãos dele passar de
protetor a sexual.
Sem pensar, passou a ponta da língua
nos lábios, como se conduzida por um instinto de umedecê-los. Ondas sensuais a
fizeram involuntariamente aproximar-se ainda mais dele.
Ela o sentiu prender a respiração, o
corpo instintivamente inclinando-se sobre ele quando a fraqueza a assolou.
A boca dele tocou-lhe os lábios, mas
não do mesmo modo que tocou antes. Nunca imaginou que pudesse haver tanta
doçura num beijo, tanta lentidão, tanta paixão cuidadosamente contida,
esperando para destruir-lhe a resistência. Ela queria se perder completamente naquela
sensação... perder-se nele.
Ouvindo o som de passos, ele se
afastou.
Sem ação, Demetria o viu dirigir-se
a José.
Levantando a mão, ela tocou os
lábios, como se não pudesse acreditar no que aconteceu. No que quis que
acontecesse. Desejou que Joseph a beijasse. Seu corpo ardeu por ele de uma
maneira tão íntima... Como podia ser? Ela ficou paralisada, em silêncio. Eles eram
inimigos, não eram?
Ele estava se aproximando novamente
e ela se sentiu dominada pelo pânico. Não queria que Joseph percebesse o que
estava acontecendo em seu interior.
Joseph: Devemos voltar para casa imediatamente! —
exclamou ele.
Próximo Capítulo...
gENTE desculpem a demora , é que tá chegando o carnaval ai tá uma loucura aqui em casa e ainda tem a escola ....
mais enfim .... posto mais hoje , não se preocupem , ta tudo pronto é só postar :) COMENTEM
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