segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CAPÍTULO 31

SÓ MAIS UMA NOITE.





 Meia hora depois, segurando Sophia enquanto a sobrinha sorria feliz, Demetria começou a se sentir um pouco mais relaxada.



Joseph, afinal, evitaria o contato dos dois, assim como ela o faria, embora por razões diferentes. Talvez nem mesmo chegasse a vê-lo!




Totalmente envolvida com Sophia, distraiu-se do que estava acontecendo no resto da sala, até que ouviu madame Constancia exclamando feliz:




Constancia: Ah, aí está você, Joseph!
 


Joseph! Automaticamente ela se virou, percebendo que o corpo todo começou a tremer.


A sensação era tão forte que a levava à beira do pânico. Não podia estar se sentindo assim. Não devia sentir aquela necessidade física e emocional.



Não era mais nenhuma garota agora. Era adulta. Uma mulher olhando para o homem que foi seu amante, sabendo como era o corpo dele, como era a sensação, o gosto... o toque... Seu conhecimento sobre Joseph, em vez de suprir-lhe o desejo, aumentava-o, atormentando-a com memórias de intimidade. Não mais o via como uma poderosa figura distante, mas como um homem... seu homem!




Mas isso era impossível. O que significava aqueles sentimentos por Joseph?

Dallas: Joseph, eu estava dizendo a Demi o quanto você e ela são parecidos — ela ouviu Dallas comentando.




Joseph:  Parecidos?



Demetria sentiu os olhos dele queimando nos seus.




Dallas: Em suas atitudes em relação às coisas — explicou.— Demi, você deveria ter filhos. Você é uma mãe nata.





Canstancia:  Concordo plenamente com você, Dallas — disse madame .




Demetria coroou quando todos se viraram para olhá-la, mas foi o sorriso cínico de Joseph que a afetou, quando o olhar percorreu-lhe o corpo, parando no bebê que ela segurava nos braços. O fato de saber que dentro de seis meses estaria carregando seu próprio filho como carregava Sophia agora, fez seus olhos queimarem com lágrimas ameaçadoras. O que estava errado com ela? Estava se comportando como... reagindo como... como uma mulher apaixonada. Total, louca e desesperadamente apaixonada! Mas não podia. Não ia se permitir estar!





Desolado, Joseph observou-a aninhar Sophia. Disse a si mesmo que a descoberta que ela não correspondia a seus sentimentos seria o bastante para destruí-los. E deveria ter sido! Mas naquele momento, se estivessem a sós...






A sensação de enjôo que acompanhou seus pensamentos indesejados estava se recusando a partir e Demetria começou a entrar em pânico. Sofreu enjôos nos dois primeiros meses de gravidez, mas durante as últimas semanas vinha se sentindo bem melhor. Essa náusea, porém, não tinha nada a ver com o bebê e sim com suas emoções. Emoções de medo e pânico que a faziam ter vontade de fugir dali.




Instintivamente, desviou os olhos de Joseph, incapaz de confiar em si mesma para continuar encarando-o. Dallas correu para cumprimentar o marido que acabou de chegar.




Nick: Demi — Nick a cumprimentou afetuosamente. — Estamos tão felizes que você esteja aqui. E já vou lhe avisando que agora que conseguimos trazê-la, não a deixaremos partir tão facilmente. Dallas já está fazendo planos para convencê-la a mudar-se para Zuran permanentemente. Ela lhe contou?




Mudar-se para Zuran! A idéia a fez empalidecer.


Joseph franziu o cenho quando viu a reação de Demetria. Parecia que ia desmaiar.




Joseph: Nick, vá buscar um pouco de água — pediu ele, indo para o lado dela e tirando-lhe Sophia dos braços.




Apenas a sensação da mão de Joseph tocando seu braço nu, a fez tremer de desejo, e parecia-lhe que o bebê no seu útero sentia o mesmo desejo pelo toque e amor do pai.




Ela estava vagamente consciente de ser levada para uma cadeira e instruída a se sentar, e então um copo de água foi colocado em sua mão.




Demetria: Não há nada errado. Estou bem — disse. A última coisa que precisava agora era levantar algum tipo de suspeita sobre sua saúde.




Dallas: Demi, você está pálida — disse Dallas, preocupada.




Demetria:  Só estou um pouco cansada.




Dallas:  Você provavelmente vai se sentir melhor depois que comer alguma coisa. Teremos um jantar informal de família esta noite.




Demetria:  Não — recusou Demi agitada. Não podia suportar passar mais tempo na companhia de Joseph. — Desculpe-me, Dallas, mas não tenho apetite. Estou cansada... o vôo...




Constancia:  É claro, Demi, nós entendemos — murmurou Constancia, indo em seu resgate. — Não entendemos, Joe?





Joseph:  Perfeitamente — concordou ele de imediato.



*

Abruptamente Demetria abriu os olhos. O coração estava disparado. Esteve, de novo, sonhando com Joseph. Consultou o relógio. Passava um pouco das dez da noite. Os outros provavelmente estariam ainda sentados à mesa de jantar. Sua garganta doía e estava apertada com a intensidade das emoções.




Quando levantou-se da cama e foi à janela olhar o jardim lá fora, estremeceu. Foi ali, perto da piscina, que Joseph massageou seus ombros tensos, e ela se deu conta do quanto o desejava.




Seus olhos arderam com as lágrimas. Então era como sua mãe, afinal! Estava destinada a sofrer a mesma dor. Uma dor que impôs a si mesma.




Como pôde ser tão tola? Como foi tão irresponsável em desafiar o destino? Como pôde ter ignorado tudo que conhecia sobre si mesma? Certamente devia ter se dado conta de que era impossível entregar-se a um homem com a paixão intensa que se entregou a Joseph, e não amá-lo.




Tudo que quis foi um filho, insistiu com teimosia.




Um filho? Não, o que quis foi um filho de Joseph. E só isso deveria ter lhe dito, ter lhe avisado...




Com uma clareza assustadora de repente se deu conta do que fez. Não apenas a si mesma, mas também a seu bebê.

Um dia seu filho iria exigir saber sobre o pai. Quando isso acontecesse, que respostas daria?




Lágrimas de culpa e arrependimento deslizaram por suas faces. Era tarde demais para mudar as coisas.





Demetria:  Sinto muito — sussurrou ela, as mãos no ventre. — Por favor, por favor, tente me perdoar. Amo tanto você.





Ela roubou o direito de Joseph de escolher a paternidade, e roubou de seu filho o direito a um pai... o direito de ser amado por ele.







Já passava da meia-noite quando finalmente voltou para a cama, tentando dormir para aliviar a culpa e a angústia de seu coração.



Próximo Capítulo ...

           

                    APENAS 14 DIAS  



Posto mais amanhã ... beijos =) 

 

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