segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CAPÍTULO 30

SÓ MAIS UMA NOITE.




Miley: Demi, você tem que ir! O príncipe ficará muito ofendido se você não comparecer. Além disso, pense nos futuros trabalhos que pode estar perdendo. Quero dizer, dei uma olhada discreta na lista de convidados e todos que significam alguma coisa no universo de corridas de cavalo, estarão lá, além de algumas das maiores celebridades do planeta! Será o evento de maior prestígio no calendário hípico desse ano e aí está você, anunciando que não quer ir. Por quê? O príncipe ficou impressionadíssimo com o painel. Quer melhor publicidade do que essa?


Demetria podia ouvir a exasperação na voz de sua agente e reconhecia os motivos. Porém, Miley não sabia que ela tinha boas razões para a relutância em retornar a Zuran.


Instintivamente olhou para o próprio corpo. Com três meses, a gravidez ainda não estava evidente.


Grávida... De um bebê que já amava loucamente. Seu filho!

Seu e de Joseph, lembrou-se com tristeza.
Mas Joseph nunca precisaria saber! Ninguém que a olhasse poderia saber.

E se não fosse cuidadosa, poderia levantar suspeitas não retornando a Zuran para o extravagante evento de inauguração da nova área cercada e da primeira exposição pública de seu painel.


Dallas seria a primeira a lhe fazer perguntas se ela não fosse.
E, claro, seria uma ótima oportunidade para ver Sophia.

Mas contra tudo isso, e pesando no outro lado da balança, estava Joseph, o homem que ela passou muito tempo pensando desde seu retorno para casa. Nem mesmo o conhecimento oficial  de que concebeu seu filho tão desejado, pôs um fim no desejo e na dor da solidão que agora a assombrava não somente nos sonhos, mas também o dia inteiro. Não havia uma razão lógica para desejá-lo fisicamente. E muito menos, motivos para sentir uma dependência emocional tão profunda dele. Esse tipo de sentimento pertencia a alguém que estava apaixonado. E ela não se permitiria fazer uma coisa tão tola quanto se apaixonar!


Na verdade começou a se questionar, nos momentos mais angustiantes, se o que estava sentindo podia ser de alguma maneira gerado pelo bebê. Um desejo da parte da criança pelo pai que nunca iria conhecer.Demetria prometeu a si mesma que seu filho nunca sofreria a angústia de ser rejeitado pelo próprio pai, porque ela se certificou de que não haveria pai para rejeitar. Proveria o filho de todo amor ele pudesse precisar.


Faria-o sentir-se tão amado, tão seguro e desejado, que a ausência de Joseph não teria nenhum tipo de impacto na vida dele.


Diferente de si mesma, seu filho nunca sofreria a dor de ouvir a mãe falar do amor pelo homem que os abandonou, como aconteceu com ela. Seu bebê nunca se sentiria culpado por ser a causa da ausência de um homem que abandonou a mulher simplesmente porque não quis assumir a responsabilidade de um filho!



Miley:  Você tem que ir — Miley estava insistindo.


Demetria:  Certo, certo, você venceu — disse ela, sorrindo ao ver o rosto aliviado de Miley.


*

 Dallas:  Que bom que você veio, irmã querida! — exclamou Dallas excitada quando foi buscá-la no aeroporto de limusine, com José ao volante. — Não trouxe Sophia, porque ela está com um novo dentinho rompendo, mas você a verá em casa. Não vejo a hora de ir à inauguração da nova área do hipódromo. Será um evento super badalado. Nick comprou um vestido fabuloso para mim.O que você vai usar? Se não tem nada ainda, podemos ir às compras...


Demetria:  Não será necessário. Já tenho uma roupa — Demi a interrompeu depressa, mentalmente grata pelo fato de que Miley insistiu em levá-la ao shopping.


Sua pequena barriga não podia ser vista quando estava vestida, mas alguém tão próxima quanto sua meia-irmã, talvez notasse as diferenças em seu corpo na intimidade de um vestiário de loja.


É claro que ia contar a Dallas sobre o bebê, uma vez que estivesse segura de volta na Inglaterra, e todas as perguntas que sua irmã iria fazer sobre o pai da criança, poderiam ser respondidas pelo telefone em vez de pessoalmente! A última coisa que Demetria queria era arriscar se trair por uma expressão reveladora.


Sabia exatamente o que ia dizer a Dallas. Já decidiu inventar que seu filho era resultado de uma inseminação artificial e o pai um doador de esperma desconhecido.


A limusine estava agora atravessando a cidade.


Demetria: Qual é a distância até sua nova propriedade, Dallas? —perguntou.


Vinha recebendo muitos e-mails da irmã, cheios de animação sobre a nova casa que ela e Nick estavam construindo.



Dallas: Oh, fica a vários quilômetros da casa de Joseph. Não vejo a hora de me mudar para lá, mas tenho que admitir que estou um pouco preocupada com a adaptação de Sophia. Ela adora Selena e...



Demetria: Como assim, não vê a hora de se mudar? — indagou Demi ansiosa. — Pensei que vocês já tivessem mudado.


Dallas: Oh, sim, era para termos nos mudado, mas os móveis não foram entregues. Por isso ainda estamos vivendo com Joseph. A tia-avó dele está lá de visita no momento. Ela gostou muito de você, Dem, mas não gosta tanta de mim. Está sempre a elogiando e...


Demetria sentiu o coração disparar dentro do peito, causando-lhe um pânico quase incontrolável. Não estava preparada para ficar na casa de Joseph. De jeito nenhum!


Mas a propriedade dele estava a sua frente. Era tarde demais para anunciar que mudou de idéia e que ficaria hospedada num hotel. O carro chegou aos portões de ferro.



Dallas:  Deixe sua bagagem para José — Dallas a instruiu.


Onde estava a trepidação que deveria estar sentindo?, perguntou-se Demetria. Contra qualquer lógica, no momento que pisou na propriedade, sentiu um enorme bem-estar, uma sensação de familiaridade bem-vinda, como se... como se tivesse chegado em casa...

Dallas: É melhor irmos direto ver Constancia! — Dallas fez uma careta. — Não quero nem pensar como ela vai reclamar se não formos. Ela até pediu para o pessoal da cozinha preparar um monte de chocolate para você!


Demetria mordiscou com força o lábio para diminuir a fraqueza ameaçadora de sua própria resposta emocional. A última coisa que queria ou precisava naquele momento era ser lembrada do fato de que estava muito sozinha, privada inclusive do convívio com a família. Diferente de Joseph, que não era apenas parte de um grande grupo familiar, mas também compartilhava ativamente uma grande parte de sua vida com a tribo.


Traiçoeiramente, ela pegou-se pensando como uma criança se sentiria crescendo numa casa com tantos adultos amando-a, com tia, tios e primos para brincar...


Dallas: Dem! Estou tão feliz que esteja aqui — comentou.— Senti muita falta sua. Você vai ficar no mesmo quarto que ficou antes. Joseph nos cedeu um complexo com suíte enquanto estamos morando aqui. Nick disse que de jeito nenhum concordaria em viver como eles costumavam viver no passado, em aposentos separados para homens e mulheres. Achei ótimo, porque eu também jamais concordaria!



Demetria não respondeu.


Dallas: Eu não poderia fazer o que Joseph faz e ir para o deserto com a tribo. — Dallas deu de ombros. — Só a idéia me apavora.Toda aquela areia... o calor! E os camelos? — Ela fez uma careta de nojo. — Felizmente Nick pensa como eu. Não entende como Joseph deixa sua vida ser dominada por algumas promessas que o avô fez. Se Nick fosse o chefe da família, as coisas seriam muito diferentes.



Demetria: Então que bom que Nick não é o chefe — respondeu Demetria de forma protetora, antes que pudesse evitar.


Ela notou o modo como Dallas a olhou e sentiu-se obrigada a explicar:


Demetria: Joseph é o guardião de algumas tradições insubstituíveis, Dallas, e se abandonasse tais responsabilidades, um modo de vida que nunca poderia ser ressuscitado, poderia perder-se para sempre.


Dallas: Um modo de vida? Passar semanas vivendo no deserto e ter que fazer isso todo ano! Não, não posso pensar em nada pior. Pode ser tradição, mas eu não faria isso. Bem, você pode imaginar alguma mulher querendo viver assim? Pode?



Demetria nem teve que parar para pensar na resposta.




Demetria: Permanentemente não, mas a fim de preservar algo muito importante, e para apoiar o homem que eu amasse, para estar com ele e compartilhar uma parte muito, muito importante de sua vida, sim, eu poderia e faria.


Dallas: Verdade? — Dallas a encarou. — Você é louca — disse, balançando a cabeça. — Igualzinha a Joseph. Na verdade, Constancia tem razão. Você e Joseh combinam.


Antes que ela pudesse pedir uma explicação de quando e como aquelas similaridades haviam sido discutidas, elas estavam na sala de estar.


Constancia: DEMI, que maravilha vê-la de novo! — exclamou madame Constancia com afeição.

*

Meia hora depois, segurando Sophia enquanto a sobrinha sorria feliz, Demetria começou a se sentir um pouco mais relaxada.

Joseph, afinal, evitaria o contato dos dois, assim como ela o faria, embora por razões diferentes. Talvez nem mesmo chegasse a vê-lo!

Totalmente envolvida com Sophia, distraiu-se do que estava acontecendo no resto da sala, até que ouviu madame Constancia exclamando feliz:


Constancia: Ah, aí está você, Joseph!


Próximo Capítulo ...


Já Já posto mais =)

 

3 comentários:

  1. *O* oh gooood,mey deus,porque parou nessa parte,ãh?
    que me matar do heart,quase tive um attack!!
    enfim,obrigado por divulgar o blog(o Fahsion)
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