quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 10

                ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL



Demi tentou não ficar impressionada, mas não era fácil. Nunca imaginara que o interior de um avião pudesse ser daquele jeito... mobiliado, mais como uma sala de estar do que como os interiores de avião que lhe eram familiares.

Joe a seguiava para dentro do avião e estava apontando o berço que foi preparado para Daniel.
O bebê estava inteiramente acordado agora, olhando em volta com expressão encantada.
Ele era o bebê mais lindo do mundo, pensou Demi numa onda de amor. Daniel vestia uma de suas novas roupas e ele parecia saber que estava adorável. Demi, por outro lado, vestia sua blusa feia e sua saia de brim... embora tivesse colocado sua capa de chuva, também, mesmo que o entardecer estivesse calmo e seco.

Oh, sim, sua nova família amaria Dan, ela concluiu, depois que o comissário de bordo mostrou-lhe como apertar o cinto de seu assento e o avião começou a decolar.
Eles o amariam, mas como se sentiriam em relação a ela? O quanto sabiam sobre ela?

Demi estava preocupada com alguma coisa, pensou Joe, observando o agora familiar escurecimento de seus olhos. Embora, obviamente, não fosse com a aparência. Ele nunca conheceu uma mulher menos preocupada com a aparência do que Demetria. O que fazia uma mulher jovem e potencialmente muito atraente vestir-se daquele jeito?                                                               
Os sinais de cintos apertados desapareceram e Joe soltou o dele.                                              
O que importava o modo como Demi se vestia?  O filho dela era sua preocupação e seu dever. Mas, e quanto a seu dever em relação a Demi, sendo o irmão do homem que a violentou?       
                             
Demi não podia mais conter sua ansiedade. Seus dedos tremiam quando desafivelou o cinto de segurança e inclinou-se na direção de Joseph.

Demi: Seus irmãos e esposas... o que... o que eles sabem sobre mim? — perguntou, o corpo tenso.

Joe:Sabem que você é a mãe de Daniel e que ele é um Jonas.                                                            

Ela corou, mas ignorou aquilo, pressionando-o com determinação.
Demi: Eles sabem como eu tive Oliver? Sabem...

Joe: Que Nicholas a drogou e depois a violentou? — terminou ele por ela.

A voz de Joe era mais áspera do que Demi esperava, marcada por tudo que sentia sobre seu meio-irmão falecido, e sua aversão pelo mal que causou ao nome da família, mas para Demi sua aspereza era uma acusação, e ela encolheu-se.

Joe: Sim, eles sabem — confirmou.

A reação imediata de Demi alertou-o.
Joseph: Eles sabem e compartilham meus pontos de vista sobre o assunto — acrescentou ele, com ênfase.

Demi: Por que você contou a eles? — perguntou Demetria, sentindo-se apreensiva por estar prestes a conhecer a família siciliana e ser julgada por eles.

Joe: O que está tentando dizer?

Demi:  Não é óbvio? Seu irmão negou o ocorrido. Recusou-se a aceitar Daniel como seu filho. Como vou saber que seus irmãos e as esposas aceitam o que realmente aconteceu? — Quando ele não falou, ela acrescentou, euforicamente: —Acha que quero pessoas sabendo o que houve comigo? Acha que quero Deniel crescendo com pessoas que sabem como ele foi concebido? Foi muito ruim que Kate e Tom soubessem, mesmo antes... — ela fez uma pausa, repentinamente percebendo que estava dizendo mais do que pretendia.

A reação angustiada de Demi trouxe à superfície coisas que Joe já havia considerado... como lidar com aquilo. Já passou por situação igual quando foi encontrar a vítima de Nicholas e seu filho.
Já discutiu com seus irmãos a preocupação em Daniel  ser filho de Nicholas, e no que poderia se tornar quando crescesse.

Zac: A última coisa que queremos é outro Antônio — dissera Zachary abruptamente —, e se deixarmos a criação por conta de nosso pai, é exatamente o que o menino se tornará.

 Joe: Não permitirei que isso aconteça — assegurou — Eu reconhecerei a paternidade da criança.

Ambos os irmãos o olharam de tal maneira que ele se sentiu obrigado a continuar:

Joe: Sei o que estão pensando. Minha paternidade por vocês dois continha mais intenção do que habilidade.

Zac:Engana-se, Joseph — respondeu . — O que estamos pensando é que não há ninguém melhor para fazer o papel de pai dessa criança do que você. Somos ambos eternamente gratos por tudo que fez por nós.

Tinha sido um momento emocional e que ainda os comovia. Ele era muito jovem quando a mãe deles morreu e o pai se casou novamente... jovem demais para assumir a responsabilidade de proteger os irmãos mais novos.

Zac:Admita isso, Joe — provocou Zac, numa tentativa de diminuir a tensão —, você quer ter esse menino sob suas asas porque sente falta de nós dois embaixo delas. Deveria encontrar uma mulher para amar, irmão... casar-se com ela e ter seus próprios filhos.


Seus próprios filhos!

Joseph tinha visto sua mãe enfraquecer,  dá as costas para a vida sobre o peso de ser a mulher do chefe da família. E depois vira a segunda esposa do pai florescer avidamente naquela posição, deleitando-se com a riqueza e o poder de seu status. Invejava seus irmãos e seus casamentos, e o amor que eles, obviamente, compartilhavam com as esposas, mas a situação deles era diferente! 

Os desejos pessoais de Joseph vinham sempre em segundo lugar, após o dever. Um dia seria o chefe da família, e seu dever era continuar o nome Jonas.

Se cassasse, sua esposa teria de entender e compartilhar seu objetivo, e reconhecer o fato que seu dever sempre seria uma terceira presença no casamento deles.

Joseph duvidava que pudesse encontrar uma mulher com quem compartilhar um amor verdadeiro e que, ao mesmo tempo, entendesse seu papel como herdeiro do príncipe.
Olhou para Demi, que agora era parte de suas responsabilidades.

Joe: Você fala como se sentisse vergonha — disse ele. — Mas era Nicholas que deveria ter vergonha. Cabe a nós, como família, nos envergonharmos da atitude dele, não você. Eu, como o mais velho, devo impedir que a vergonha de Nicholas contamine você ou Daniel. Tem minha palavra que meus irmãos sentem exatamente o que sinto.

Era impossível não acreditar nele, mas Joseph tinha falado somente dos irmãos, Demi reconheceu. E as esposas deles? Questionariam a veracidade das versões do que ocorrera?

O comissário de bordo apareceu para perguntar o que ela gostaria de beber.

Demi :  Apenas água, por favor.

Havia algo mais que Joseph sabia que precisava falar... uma vez que Demi levantara a questão.

Joe: Se Daniel aprender a sentir vergonha, então é de você que ele aprenderá, se usar palavras com descuido... como parece usar suas roupas.

Os olhos de Demetria fuzilaram Joe, com raiva.

Demi: Não há nada errado com minhas roupas.

 Joe: Ao contrário, há muita coisa errada com elas, para uma mulher da sua idade.

Demi ficou na defensiva, novamente irritada

Demi: Bem, gosto delas. Sou eu quem tem de usá-las.

A voz de Demetria estava tornando-se tão alterada quanto suas emoções.

Joe:  É impossível. Nenhuma mulher da sua idade pode gostar de trajes tão feios. E lembro-lhe que sou eu quem tem de olhar para eles.

Demi estava com raiva, muita raiva e... embora relutante em admitir... magoada, também.
Demi: Só porque os tipos de mulheres que lhe agrada e porque suas namoradas vestem roupas de última moda isso não significa...

Joe: Não tenho namorada — Joe a interrompeu, em voz baixa.

Ele não tinha namorada! Por que ela, de repente, sentiu-se estranhamente alegre, quase encantada? Não porque Joseph não tinha namorada, claro.


Joe: O calor de verão na Itália é tão forte que será impossível vestir-se como está vestida agora e sentir-se confortável. As jovens sicilianas andam de pernas nuas no verão e usam tops sem mangas.

Demi: Elas podem fazer o que bem entenderem, mas prefiro usar roupas que não sejam ousadas e não chamem atenção.

Joe: Usar roupas tão inapropriadas para o estilo das jovens sicilianas atrairá a atenção dos outros. Então, talvez secretamente, por mais que negue, é isso que você quer?

 Demi: Não! Em absoluto. A última coisa que quero é que os homens olhem para mim.

Demi levantou-se enquanto falava, tão agitada e preocupada que tudo que podia fazer era procurar ansiosamente fugir.

Joseph não tevi a intenção de provocar aquela reação extremada.
E não mencionara nada sobre seu próprio olhar de desejo para ela. Mas Demi estava tremendo, da cabeça aos pés, olhos imensos no rosto delicadamente delineado... imensos e assombrados com algo que parecia medo.

Joe: Não tive a intenção de dizer que você está deliberadamente chamando a atenção masculina — ele tentou assegura-lá, mas Demi sacudiu a cabeça.

Demi: Sim, você teve. Suponho que secretamente pensa que encorajei Nicholas... que mereço o que aconteceu comigo.

As palavras explodiam de Demi agora, como veneno de um ferimento profundo. O som de sua dor encheu-o de compaixão, despertando seu enraizado senso de responsabilidade em relação ao vulnerável, cultivado durante os anos de sua juventude, quando tentou proteger os irmãos mais novos das consequências da falta de amor do pai.
Joseph também se levantou.

Joe:  Não penso assim. Sei que você é totalmente inocente.

Tinha a atenção de Demi agora. Os lábios dela entreabriram-se e o sofrimento desapareceu de seu olhar.

Demi: Você... —Demi respirou forte quando o avião de repente enfrentou uma turbulência, tirando-lhe o equilíbrio.

Joseph segurou-a quando ela tombou e caiu contra seu corpo, o rosto delicado pressionado contra o puro algodão de sua camisa, enquanto ele a envolvia com os braços. 

Demi podia sentir as fortes batidas do coração de Joseph. Sua própria pulsação estava disparada, carregada de uma mistura de pânico e choque. 

Sentiu a cabeça latejar, reconheceu, tonta e pertubada. Devia ter alguma coisa a ver com a atmosfera da cabine, falta de oxigênio ou algo assim...

Talvez alguma coisa como a proximidade de certo homem? Ele estava usando a mesma colônia que usou antes, seu perfume levemente mais forte dessa vez, porque estavam muito mais próximos.

Demi sentia algo percorrer em baixo do seu ventre .Vergonha, é claro, tinha de ser. 
Não tinha permissão de sentir nada além de vergonha nos braços de um homem. Sabia disso. Seu corpo tremia e os braços que a seguravam apertaram-se à sua volta.

Joe: Está tudo bem, fique calma. É apenas um pouco de turbulência — murmurou joseph contra seu ouvido e sentiu que ela tremia.


Era natural que ela fosse cuidadosa com os homens, considerando o que tinha acontecido, reconheceu Joe.
 Demi precisava de sua proteção. Necessitava sentir-se segura para poder apreciar a feminilidade e a beleza que possuía. E ele lhe daria essa segurança, tanto quanto daria a Daniel um lar seguro, assim como tentava proteger os irmãos. Proteger os outros fazia parte de seu caráter e de seu destino.



Como seria saber que quando os braços de um homem a envolviam daquele jeito ela estava segura e podia confiar nele?
Como deveria  deitar a cabeça contra o peito de um homem e saber que sua vulnerabilidade seria respeitada e sua necessidade respondida?

Apenas por um segundo Demetria permitiu que aquelas perguntas penetrassem em seus pensamentos... deixou suas próprias respostas inundarem seu coração.

Uma tempestade de emoções a preencheu, fazendo com que se sentisse muito fraca para mexer-se. Uma vontade de virar a cabeça e aspirar o aroma da pele de Joseph, sentir as batidas rapidas de seu próprio coração, que não tinham nada a ver com medo naquele momento, a dor picante que parecia ter-se infiltrado em todas as partes de seu corpo, bem no íntimo de seu ser.

Todas aquelas coisas eram novas para ela, e de alguma forma, ao mesmo tempo, conhecidas.
O avião havia se igualar e estava voando suavemente outra vez.                                                           
Dan  acordou e chorou baixinho.
                         
De volta à realidade, Demi tentou livrar-se do abraço de Joseph. Estava tremendo violentamente, com o medo de sua própria reação a ele escurecendo-lhe os olhos.

Vendo aquele medo e aflição por  sua causa, Joseph perguntou, incrédulo:

Joe:  Você está com medo de mim?

Demi não podia falar. Culpa e medo a dominaram.

Joseph: Isto é o que NIcholas fez com você, não é? Deixou-a com medo de todos os homens. — Demi não podia encará-lo. — Você não precisa ter medo de mim — disse Joe gentilmente quando a libertou. — Dou-lhe minha palavra que na Sicília, na terra dos Jonas, você sempre será tratada com respeito.

Ela deveria acreditar e confiar nele? Queria muito.

Assim como quisera que ele continuasse a abraçá-la? Culpa tomou conta de Demi. 
Não! Isso não era verdade. Não queria aquilo. Não havia perigo de envergonhar-se por um comportamento provocativo.

Demi entrou em pânico e suas mãos tremiam quando ela estendeu-as para Daniel.

Silenciosamente,Joseph a observou. Ela estava tão fraca nos seus braços!

Nick a havia prejudicado terrivelmente. Como um passarinho com a asa quebrada, Demi precisava de proteção até que estivesse completamente recuperada e fosse capaz de voar de novo.


Joseph tinha o dever de cuidar dela, e ele o faria.
Originalmente, ele acreditava que seu único dever era para com o filho dela, mas estive errado, percebia agora. Demi precisava tanto de seus cuidados quanto o filho. Agora que estava consciente disso não poderia ignorar o fato.Joseph tinha o dever de cuidar dela, e ele o faria.

Custasse o que custasse.






 OI flores !!!  Tão gostando? Espero que Sim :)
 Pra quem quiser meu twitter (@JemiFanfic)  E pretendo postar ainda hoje o capítulo 11!
E siim!!  eu não tenho nada pra fazer!! :D


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