Demi tentou não ficar impressionada,
mas não era fácil. Nunca imaginara que o interior de um avião pudesse ser
daquele jeito... mobiliado, mais como uma sala de estar do que como os
interiores de avião que lhe eram familiares.
Joe a seguiava para dentro do avião e
estava apontando o berço que foi preparado para Daniel.
O bebê estava inteiramente acordado
agora, olhando em volta com expressão encantada.
Ele era o bebê mais lindo do mundo,
pensou Demi numa onda de amor. Daniel vestia uma de suas novas roupas e
ele parecia saber que estava adorável. Demi, por outro lado, vestia sua blusa
feia e sua saia de brim... embora tivesse colocado sua capa de chuva, também,
mesmo que o entardecer estivesse calmo e seco.
Oh, sim, sua nova família amaria Dan,
ela concluiu, depois que o comissário de bordo mostrou-lhe como apertar o cinto
de seu assento e o avião começou a decolar.
Eles o amariam, mas como se sentiriam
em relação a ela? O quanto sabiam sobre ela?
Demi estava preocupada com alguma
coisa, pensou Joe, observando o agora familiar escurecimento de seus olhos.
Embora, obviamente, não fosse com a aparência. Ele nunca conheceu uma mulher
menos preocupada com a aparência do que Demetria. O que fazia uma mulher jovem e potencialmente
muito atraente vestir-se daquele jeito?
Os sinais de cintos apertados
desapareceram e Joe soltou o dele.
O que importava o modo como Demi se
vestia? O filho dela era sua preocupação
e seu dever. Mas, e quanto a seu dever em relação a Demi, sendo o irmão do
homem que a violentou?
Demi não podia mais conter sua
ansiedade. Seus dedos tremiam quando desafivelou o cinto de segurança e
inclinou-se na direção de Joseph.
Demi: Seus irmãos e esposas... o que... o
que eles sabem sobre mim? — perguntou, o corpo tenso.
Joe:Sabem que você é a mãe de Daniel e
que ele é um Jonas.
Ela corou, mas ignorou aquilo,
pressionando-o com determinação.
Demi: Eles sabem como eu tive Oliver?
Sabem...
Joe: Que Nicholas a drogou e depois a
violentou? — terminou ele por ela.
A voz de Joe era mais áspera do que Demi esperava, marcada por tudo que sentia sobre seu meio-irmão falecido, e
sua aversão pelo mal que causou ao nome da família, mas para Demi sua
aspereza era uma acusação, e ela encolheu-se.
Joe: Sim, eles sabem — confirmou.
A reação imediata de Demi alertou-o.
Joseph: Eles sabem e compartilham meus pontos
de vista sobre o assunto — acrescentou ele, com ênfase.
Demi: Por que você contou a eles? —
perguntou Demetria, sentindo-se apreensiva por estar prestes a conhecer a família
siciliana e ser julgada por eles.
Joe: O que está tentando dizer?
Demi: Não é óbvio? Seu irmão negou o
ocorrido. Recusou-se a aceitar Daniel como seu filho. Como vou saber que seus irmãos e
as esposas aceitam o que realmente aconteceu? — Quando ele não falou, ela
acrescentou, euforicamente: —Acha que quero pessoas sabendo o que houve comigo?
Acha que quero Deniel crescendo com pessoas que sabem como ele foi concebido?
Foi muito ruim que Kate e Tom soubessem, mesmo antes... — ela fez uma pausa,
repentinamente percebendo que estava dizendo mais do que pretendia.
A reação angustiada de Demi trouxe à
superfície coisas que Joe já havia considerado... como lidar com aquilo. Já
passou por situação igual quando foi encontrar a vítima de Nicholas e seu
filho.
Já discutiu com seus irmãos a
preocupação em Daniel ser filho de Nicholas, e no que poderia se tornar quando
crescesse.
Zac: A última coisa que queremos é outro
Antônio — dissera Zachary abruptamente —, e se deixarmos a criação por conta de
nosso pai, é exatamente o que o menino se tornará.
Joe: Não permitirei que isso aconteça —
assegurou — Eu reconhecerei a paternidade da criança.
Ambos os irmãos o olharam de tal
maneira que ele se sentiu obrigado a continuar:
Joe: Sei o que estão pensando. Minha
paternidade por vocês dois continha mais intenção do que habilidade.
Zac:Engana-se, Joseph — respondeu .
— O que estamos pensando é que não há ninguém melhor para fazer o papel de pai
dessa criança do que você. Somos ambos eternamente gratos por tudo que fez por
nós.
Tinha sido um momento emocional e que
ainda os comovia. Ele era muito jovem quando a mãe deles morreu e o pai se
casou novamente... jovem demais para assumir a responsabilidade de proteger os
irmãos mais novos.
Zac:Admita isso, Joe — provocou Zac,
numa tentativa de diminuir a tensão —, você quer ter esse menino sob suas asas
porque sente falta de nós dois embaixo delas. Deveria encontrar uma mulher para
amar, irmão... casar-se com ela e ter seus próprios filhos.
Seus próprios filhos!
Joseph tinha visto sua mãe enfraquecer, dá as costas para a vida sobre o peso de ser a mulher do chefe da
família. E depois vira a segunda esposa do pai florescer avidamente naquela
posição, deleitando-se com a riqueza e o poder de seu status. Invejava seus
irmãos e seus casamentos, e o amor que eles, obviamente, compartilhavam com as
esposas, mas a situação deles era diferente!
Os desejos pessoais de Joseph vinham
sempre em segundo lugar, após o dever. Um dia seria o chefe da família, e seu
dever era continuar o nome Jonas.
Se cassasse, sua esposa teria de
entender e compartilhar seu objetivo, e reconhecer o fato que seu dever sempre
seria uma terceira presença no casamento deles.
Joseph duvidava que pudesse encontrar
uma mulher com quem compartilhar um amor verdadeiro e que, ao mesmo tempo,
entendesse seu papel como herdeiro do príncipe.
Olhou para Demi, que agora era parte
de suas responsabilidades.
Joe: Você fala como se sentisse vergonha —
disse ele. — Mas era Nicholas que deveria ter vergonha. Cabe a nós, como
família, nos envergonharmos da atitude dele, não você. Eu, como o mais
velho, devo impedir que a vergonha de Nicholas contamine você ou Daniel. Tem minha
palavra que meus irmãos sentem exatamente o que sinto.
Era impossível não acreditar nele, mas Joseph tinha falado somente dos irmãos, Demi reconheceu. E as esposas deles?
Questionariam a veracidade das versões do que ocorrera?
O comissário de bordo apareceu para
perguntar o que ela gostaria de beber.
Demi : Apenas água, por favor.
Havia algo mais que Joseph sabia que
precisava falar... uma vez que Demi levantara a questão.
Joe: Se Daniel aprender a sentir vergonha,
então é de você que ele aprenderá, se usar palavras com descuido... como parece
usar suas roupas.
Os olhos de Demetria fuzilaram Joe, com
raiva.
Demi: Não há nada errado com minhas roupas.
Joe: Ao contrário, há muita coisa errada
com elas, para uma mulher da sua idade.
Demi ficou na defensiva, novamente irritada
Demi: Bem, gosto delas. Sou eu quem tem de
usá-las.
A voz de Demetria estava tornando-se tão
alterada quanto suas emoções.
Joe: É impossível. Nenhuma mulher da sua
idade pode gostar de trajes tão
feios. E lembro-lhe que sou eu quem tem de olhar para eles.
Demi estava com raiva, muita raiva
e... embora relutante em admitir... magoada, também.
Demi: Só porque os tipos de mulheres que lhe agrada e porque suas
namoradas vestem roupas de última moda isso não significa...
Joe: Não tenho namorada — Joe a interrompeu,
em voz baixa.
Ele não tinha namorada! Por que ela, de
repente, sentiu-se estranhamente alegre, quase encantada? Não porque Joseph não
tinha namorada, claro.
Joe: O calor de verão na Itália é tão
forte que será impossível vestir-se como está vestida agora e sentir-se
confortável. As jovens sicilianas andam de pernas nuas no verão e usam tops sem
mangas.
Demi: Elas podem fazer o que bem
entenderem, mas prefiro usar roupas que não sejam ousadas e não chamem atenção.
Joe: Usar roupas tão inapropriadas para o estilo das jovens sicilianas atrairá
a atenção dos outros. Então, talvez secretamente, por mais que negue, é isso
que você quer?
Demi: Não! Em
absoluto. A última coisa que quero é que os homens olhem para
mim.
Demi levantou-se enquanto falava, tão
agitada e preocupada que tudo que podia fazer era procurar ansiosamente fugir.
Joseph não tevi a intenção de
provocar aquela reação extremada.
E não mencionara nada sobre seu próprio
olhar de desejo para ela. Mas Demi estava tremendo, da cabeça aos pés, olhos
imensos no rosto delicadamente delineado... imensos e assombrados com algo que
parecia medo.
Joe: Não tive a intenção de dizer que você
está deliberadamente chamando a atenção masculina — ele tentou assegura-lá, mas Demi sacudiu a cabeça.
Demi: Sim, você teve. Suponho que
secretamente pensa que encorajei Nicholas... que mereço o que aconteceu comigo.
As palavras explodiam de Demi agora,
como veneno de um ferimento profundo. O som de sua dor encheu-o de compaixão,
despertando seu enraizado senso de responsabilidade em relação ao vulnerável,
cultivado durante os anos de sua juventude, quando tentou proteger os irmãos
mais novos das consequências da falta de amor do pai.
Joseph também se levantou.
Joe: Não penso assim. Sei que você é
totalmente inocente.
Tinha a atenção de Demi agora. Os
lábios dela entreabriram-se e o sofrimento desapareceu de seu olhar.
Demi: Você... —Demi respirou forte quando o avião
de repente enfrentou uma turbulência, tirando-lhe o equilíbrio.
Joseph segurou-a quando ela tombou e
caiu contra seu corpo, o rosto delicado pressionado contra o puro algodão
de sua camisa, enquanto ele a envolvia com os braços.
Demi podia sentir as
fortes batidas do coração de Joseph. Sua própria pulsação estava disparada,
carregada de uma mistura de pânico e choque.
Sentiu a cabeça latejar,
reconheceu, tonta e pertubada. Devia ter alguma coisa a ver com a atmosfera da
cabine, falta de oxigênio ou algo assim...
Talvez alguma coisa como a proximidade
de certo homem? Ele estava usando a mesma colônia que usou antes, seu perfume
levemente mais forte dessa vez, porque estavam muito mais próximos.
Demi sentia algo percorrer em baixo do seu ventre .Vergonha, é claro, tinha de ser.
Não tinha permissão de sentir
nada além de vergonha nos braços de um homem. Sabia disso. Seu corpo tremia e
os braços que a seguravam apertaram-se à sua volta.
Joe: Está tudo bem, fique calma. É apenas um pouco de turbulência — murmurou joseph contra seu ouvido e sentiu que ela tremia.
Era natural que ela fosse cuidadosa com
os homens, considerando o que tinha acontecido, reconheceu Joe.
Demi
precisava de sua proteção. Necessitava sentir-se segura para poder apreciar a
feminilidade e a beleza que possuía. E ele lhe daria essa segurança, tanto
quanto daria a Daniel um lar seguro, assim como tentava proteger os irmãos.
Proteger os outros fazia parte de seu caráter e de seu destino.
Como seria saber que quando os braços
de um homem a envolviam daquele jeito ela estava segura e podia confiar nele?
Como deveria deitar a cabeça contra
o peito de um homem e saber que sua vulnerabilidade seria respeitada e sua necessidade
respondida?
Apenas por um segundo Demetria permitiu
que aquelas perguntas penetrassem em seus pensamentos... deixou suas próprias
respostas inundarem seu coração.
Uma tempestade de emoções a preencheu,
fazendo com que se sentisse muito fraca para mexer-se. Uma vontade de virar a
cabeça e aspirar o aroma da pele de Joseph, sentir as batidas rapidas de
seu próprio coração, que não tinham nada a ver com medo naquele momento, a dor picante que parecia ter-se infiltrado em todas as partes de seu corpo, bem no
íntimo de seu ser.
Todas aquelas coisas eram novas para
ela, e de alguma forma, ao mesmo tempo, conhecidas.
O avião havia se igualar e estava
voando suavemente outra vez.
Dan acordou e chorou baixinho.
De volta à realidade, Demi tentou
livrar-se do abraço de Joseph. Estava tremendo violentamente, com o medo de sua
própria reação a ele escurecendo-lhe os olhos.
Vendo aquele medo e aflição por sua
causa, Joseph perguntou, incrédulo:
Joe: Você está com medo de mim?
Demi não podia falar. Culpa e medo a
dominaram.
Joseph: Isto é o que NIcholas fez com você,
não é? Deixou-a com medo de todos os homens. — Demi não podia encará-lo. —
Você não precisa ter medo de mim — disse Joe gentilmente quando a libertou.
— Dou-lhe minha palavra que na Sicília, na terra dos Jonas, você sempre será
tratada com respeito.
Ela deveria acreditar e confiar nele?
Queria muito.
Assim como quisera que ele continuasse
a abraçá-la? Culpa tomou conta de Demi.
Não! Isso não era verdade. Não queria
aquilo. Não havia perigo de envergonhar-se por um comportamento provocativo.
Demi entrou em pânico e suas mãos
tremiam quando ela estendeu-as para Daniel.
Silenciosamente,Joseph a observou. Ela
estava tão fraca nos seus braços!
Nick a havia prejudicado
terrivelmente. Como um passarinho com a asa quebrada, Demi precisava de
proteção até que estivesse completamente recuperada e fosse capaz de voar de
novo.
Joseph tinha o dever de cuidar dela, e
ele o faria.
Originalmente, ele acreditava que seu
único dever era para com o filho dela, mas estive errado, percebia agora. Demi precisava tanto de seus cuidados quanto o filho. Agora que estava
consciente disso não poderia ignorar o fato.Joseph tinha o dever de cuidar dela, e
ele o faria.
Custasse o que custasse.
OI flores !!! Tão gostando? Espero que Sim :)
Pra quem quiser meu twitter (@JemiFanfic) E pretendo postar ainda hoje o capítulo 11!
E siim!! eu não tenho nada pra fazer!! :D
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