sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CAPÍTULO 14

                            ATRAÇÃO IRRESISTÍVEL


Demi reconhecia que se sentia muito fraca e levemente tonta... e, também, o mais importante, um pouco chocada e incapaz de compreender totalmente o que tinha feito.

Demetria:  Eu não deveria ter-lhe contado nada disso.

Joseph:  Porque seu meio-irmão não gostaria?

Ela fazia idéia do que revelou sobre sua  arruinada infância pelas táticas do obsessivo Liam e da aparente inabilidade de sua própria mãe em reconhecer o que estava acontecendo com a filha?

A própria infância de Joseph e de seus irmãos haviam sido terrivelmente afetadas pela falta de amor dos pais, mas o que Demetria passou era algo de caráter diferente.

Havia um gosto amargo na boca de Joe, uma raiva masculina por conta dela no seu coração e uma forte determinação em sua cabeça.

Demi era, agora, membro de sua família. Para Joe, aquilo significava que, além de recompensá-la pelo mal que Nick lhe fez, era também seu dever devolver o que lhe foi tomado.

Joseph: Depois do que você acabou de me contar, posso entender por que ignorou e tentou evitar Nick.

Dmetria: Eu sabia que ele estava se divertindo comigo, fingindo estar interessado em mim. Não gostei dele. Felizmente, não posso me lembrar de nada que aconteceu — disse Demi com sinceridade. — Quando Kate, a esposa do autor com quem eu trabalhava, encontrou-me, eu ainda estava um pouco drogada.

Joseph:  Você nunca relatou o ocorrido à polícia?

Demetria:  Não. Tive medo de que não acreditassem em mim.

Joe perguntou-se se era porque Liam lhe disse tantas vezes que ela era culpada da confusão simplesmente por ser mulher que Demi agora era incapaz de confiar nos homens e acreditar que a protegeriam.

Demetria: Foi um choque horrível quando Kate perguntou-me se eu poderia estar grávida. Aquilo nunca me ocorreu. Fui tola, eu sei, mas falei que Nicholas teria... bem, que ele não iria querer correr algum risco de ter um filho.

Joseph:  Como prova do que ele tinha feito, você quer dizer? Era típico de Nick não pensar nas conseqüências.

Demetria: Originalmente, quando... quando aquilo aconteceu, Kate viu no meu passaporte que eu tinha dado o nome de Liam como meu parente próximo. Implorei para que  ela não contasse nada a ninguém, mas... Ela teve boa intenção, eu sei. E quando Liam chegou a Londres, estava muito preocupado com isso, naturalmente.

Joseph: Ele tramou com Kate, como fez com sua mãe?

Demi assentiu.

Demetria:  Ele queria que eu abortasse. Disse que seria a melhor atitude a tomar. Mas eu não podia fazer isso. Então, ele começou a falar que eu queria que aquilo tivesse acontecido, que eu, provavelmente, tinha encorajado Nicholas, caso contrário, eu me livraria do bebê. Acho que Kate e Tom concordaram com ele, embora nunca tenham confessado isso. Assim que Dan nasceu, Liam tentou fazer com que Nicholas reconhecesse sua paternidade, mesmo eu implorando para que ele não fizesse isso. Quando Nicholas negou-se, Liam começou a pressionar-me para colocar Daniel para adoção. Conseguiu até mesmo convecer Kate a ficar do lado dele. — Demi tremeu.
— Eu estava com tanto medo que de algum modo ele me separasse do meu filho! Foi por isso que eu...

Joseph: Que você concordou em vir para a Sicília? — completou Joe.

Dmetria: Sim. Achei que Dan estaria seguro aqui.

Joe:  Pensou certo.

Demi: Deve entender agora por que não quero me envolver com ninguém.

Por um segundo ela pensou que ele não iria responder, mas, então, depois de um longo silêncio, que a fez pensar ter dito a coisa errada, Joe perguntou, calmamente:

Joe: Nunca houve ninguém especial para você sexualmente, houve? Alguém que quando você olha pela segunda vez reconhece como a pessoa com quem compartilharia intimidade sexual?

Por alguma razão, Demi descobriu que queria desesperadamente chorar. Tinha passado tantos anos distante do que significava ser uma mulher que cresceu para aceitar isso como seu destino. Estava sozinha e com o fardo secreto de seu abatimento. Agora, com poucas palavras simples, Joe havia mostrado uma luz naquele lugar escuro e secreto em seu interior, iluminando-o brilhantemente. Ela sentiu-se envergonhada, reconheceu. 
 Envergonhada e com medo.

Não podia responder à pergunta dele.

A verdade doía muito, fazia-a sentir-se vulnerável, porém, para sua própria surpresa, percebeu que estava lutando contra sua vergonha e seu medo, obrigando-se a dar uma resposta a Joe.

Demi: Não. Nunca. Eu era jovem demais quando Liam começou a me fazer sentir desconfortável sobre...

Ela precisava parar. Já falou coisas demais. Era ridículo e humilhante que uma mulher de 24 anos, mãe, nunca tivesse conhecido os prazeres do sexo.

Joe: Sobre sentir atração pelo sexo oposto? Sobre gostar de rapazes e explorar as sensações, pensando em gostar de rapazes excitados?

Demi quis cobrir as orelhas com as mãos, como se ainda tivesse 12 anos.

Joe: Não há nada para se envergonhar. É assim que começa, para todos nós. Com curiosidade e consciência, com excitação e um medo de fazer papel de tolo.

Demi: Não posso imaginá-lo sentindo-se dessa maneira alguma vez. Preocupando-se em fazer papel de tolo — explicou Demi. Não queria pensar na primeira parte da descrição dele. Aquilo provocava um tumulto perigoso em seu corpo, e já tinha muitos problemas para enfrentar.

Joe: Posso assegurar-lhe que senti. Todo mundo sente. É uma parte natural e normal do crescimento, mas isso lhe foi negado.

Demi: Eu não podia suportar a idéia de alguém pensando em mim do modo como Liam me dizia... Que rapazes, homens, pensavam em mulheres que permitiam intimidades sexuais. Nem pensar em ser atraída por alguém — admitiu ela.

Era desconcertante perceber quão chocada e envergonhada ela se sentia por ter lhe confidenciado aquelas coisas em tão pouco tempo... coisas que agora falava tão abertamente e com tanta facilidade.

Joe: Então, você reprimiu sua inclinação natural e abriu mão de seu direito à própria sexualidade?

Demi: Eu só queria me sentir segura.

Joe: Dos rapazes ou do seu meio-irmão?

Os olhos de Demi se arregalaram em silencioso reconhecimento do quão bem Joseph a entendia.

Demi: Acho que eu podia ter tentado ser mais normal quando vim para Londres, mas todas as outras mulheres que vi eram tão... eram tudo que eu sabia que não era. Temia que os homens que saíssem comigo, constatando minha ingenuidade, rissem de mim. Me pareceu melhor não arriscar. E, agora, é claro, é tarde demais. Eu não poderia começar um relacionamento, mesmo que quisesse. Que homem hoje em dia quer uma mulher como eu? Mãe solteira que não sabe o primordial de como dar e receber prazer sexual. Como eu poderia explicar tudo para eles?

Joe: Por que não? Você me contou.

Ela ergueu a cabeça e o fitou.

Demi: Isso é diferente. Você não é, nós não somos, sei que posso confiar em você porque...

Por quê? Pelo que ele era ou por quem era? Demi não estava certa. Sabia que Joseph era diferente, um outro tipo de homem, que tinha, para os tempos atuais, qualidades muito raras.

Joe: Deve ter sido muito difícil para você viver como tem vivido... uma vida não natural para uma mulher jovem e atraente.

Joseph a achava atraente? Ou estava dizendo aquilo somente por piedade?

Demi: Não precisa ter pena de mim — defendeu-se Demi. — Sou perfeitamente feliz como sou.

Joe: Não. Você não é — comentou. —Apenas pensa que é feliz, mas tem tanto medo de ser punida que se distanciou completamente de sua sexualidade. Isso não é modo de viver... em constante negação e medo de uma parte essencial de si mesma.

Demi: É a maneira como preciso viver. Não tenho outra opção.

Joe:  Mas você gosta dessa escolha? Se fosse possível, desejaria resgatar sua sexualidade? Ter a liberdade e o direito de encontrar alguém com quem pudesse compartilhar a vida?

— Eu... — Ela, desesperadamente, queria ater-se ao orgulho e negar aquele desejo, mas as palavras de Joe haviam lhe despertado uma dor que a fazia se sentir inclinada a contar-lhe a verdade. — Sim — admitiu.

Joseph desviou o olhar do rosto de Demi. Tomou uma decisão que estive ali durante o tempo todo que a ouvia.

Joe:  Há uma coisa que preciso lhe dizer: seu direito à sua sexualidade lhe foi roubado por um membro do meu sexo e o estrago que ele fez foi completado por um membro de minha família. Como um Jonas, e o mais velho dos irmãos, tenho o dever de recompensá-la e restaurar o que lhe foi tomado. Esta é a lei da família Jonas, o código pelo qual vivemos.

Demi:  Isso é tolice — disse, inquieta.

Joe:  É meu dever — repetiu ele. — Um dever que tenho não somente  com você, mas  com Daniel, que tem o meu sangue. Ele tem o direito de crescer com uma mãe que se alegre da sua sexualidade, em vez de temê-la, e que pode lhe dar um bom exemplo de tudo que uma mulher que se valoriza deve ser. Como ele poderá escolher uma parceira que valha a pena se não souber em quem se espelhar? É seu dever como mãe provir um modelo para essa mulher.

Demi: Tudo que você disse é muito certo — murmurou Demetria, indefesa. — Mas não posso me tornar a espécie de mulher que você descreve.

Joe: Sim, você pode. Comigo como seu guia e professor.
 











TENHO 1 NOTÍCIA BOA E 1 NOTÍCIA RUIM

A ruim é que esse final de semana não vai da para posta porque vou viajar e a boa é que ainda HOJE postarei o capítulo 15 :)

Tão gostando?

Meu twitter @jemifanfic









 
 




 

8 comentários:

  1. ESTOU FICANDO VICIADA,POSTA LOGO O PRÓXIMO CAPÍTULO

    ResponderExcluir
  2. hei, ja divuguei o seu blog! e amei a fic. muito boa mesmo. beijos e é´pra postar ainda hoje hein? kkk

    ResponderExcluir
  3. eu ja vi essa mesma fanfic em outro blog! entao eu nao entendi, por favor responde

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Aqui explica tudo flor!! http://jemiatracaoirresistivel.blogspot.com.br/2012/12/aviso.html

      Excluir
  4. ficou D++++++ posta logo :D quando puder

    ResponderExcluir
  5. Estou a ficar viciada nesta historia, esta perfeito
    Posta logo
    beijos

    ResponderExcluir