Se a última pergunta tivesse sido
brutal, era também verdadeira, Demi admitiu. Não havia nada que a fizesse
permanecer ali, exceto, é claro, não querer ir para um país estrangeiro com um
homem que não conhecia. Ninguém faz isso quando tem um bebê amado de seis meses
para proteger. Mas na Sicília não haveria Liam para temer. Nenhum medo de
encontrar o meio-irmão debruçado sobre o berço de Daniel com aquele olhar fixo
no rosto, como ela o vira em uma de suas visitas logo após o nascimento de Dan.
Alguma coisa, demi não sabia o que, dizia que nas mãos de Joseph seu precioso filho
estaria seguro, e que aquelas mãos o protegeriam contra qualquer perigo.
E quanto a ela? E quanto a indesejável
reação perigosa que sentia por ele de mulher para homem? Demetria lutou contra o
pânico. Era em Dan que tinha de pensar, não em si mesma. Nas necessidades de
seu filho, não nas suas. Josephi estava certo em dizer que Dan teria
uma vida muito melhor na Sicília, como um Jonas, do que jamais poderia ter
em Londres, sozinho com ela. Adicionando a ameaça em potencial de Liam a isso,
havia somente uma decisão a tomar.
Demetria lembrou-se que, naquela mesma
manhã, rira de si mesma por desejar o impossível... uma varinha mágica para
transportá-la para algum lugar onde ela e Daniel poderiam estar salvos.
O impossível tinha agora acontecido e
ela deveria aproveitar a oportunidade pelo bem do filho. Por Dan. Nada era
mais importante para ela do que seu bebê.
Uma estranha tontura a deixou destraída,
como se quase pudesse flutuar sobre a calçada. Levou alguns segundos para
reconhecer que a sensação era de puro alívio.
As pessoas pensariam que estava louca,
indo embora com um homem que não conhecia, confiando seu filho a ele. Se ela contasse
a Kate e Tom( que tinham sido tão bons, arranjando-lhe trabalho de pesquisa
entre os amigos enquanto estava grávida), eles fariam perguntas e a alertariam
para ter cuidado. Kate a faria recordar da oferta de Liam e a olharia com
reprovação. Kate nunca entendeu por que ela não aceitou a oferta de Liam de
um lar. E tinha concordado com ele sobre os benefícios de uma adoção para Daniel.
Demi: O que acontece se eu recusar? —
perguntou.
Joseph estava esperando aquela
pergunta.
Joe: Se você recusar, então protestarei
meus direitos como parente de sangue de Daniel, através da justiça.
Demi: Você está me pedindo para aceitar
algo muito pouco confiável — declarou ela. — Não tenho razão para confiar na
sua família, e tenho todos os motivos para desconfiar.
Joe: Nicholas nunca foi um verdadeiro Jonas.
Pelo seu comportamento, desonrou a si mesmo, nosso nome e você. É meu dever
tentar consertar as coisas. Tem minha palavra que não sofrerá nenhum mal
enquanto estiver sob minha guarda.
Ele estava oferecendo-lhe algo que Demetria já sabia sobre respeito e segurança. Que opção tinha a não ser aceitá-las
quando eram oferecidas?
Ela respirou fundo, então perguntou,
tão calma quanto podia:
Demi: Quando teremos que partir?
Ela havia se rendido muito mais
facilmente do que Joseph esperava.
Qual era o motivo para que desconfiasse
dela?
Desconfiança? Não. Afinal de contas,
conhecia tudo que deveria saber sobre Demeria. Mas curiosidade? Talvez, sim.
Joe: Breve — respondeu ele. — Quanto
antes, melhor. Meu pai não está bem. De fato, está muito frágil, e deseja ver o
filho de Ncholas.
Demi: Há coisas que eu preciso fazer —
começou Demetria
Joe: Tais como?
Demi: Preciso comunicar a creche de Daniel e
o proprietário do apartamento que alugo. E tenho de checar se Daniel precisa de
algumas injeções especiais para viajar para a Sicília.
Joe: Ele não precisa. E quanto à creche e
seu apartamento, pode deixar por minha conta. Você e o bebê precisam de roupas adequadas para um clima quente. E temporada de verão na
Sicília agora.
Roupas novas? Como ela teria condições
de comprar? Humildemente, como se adivinhasse seus pensamentos, Joe
acrescentou, educadamente:
Joe: Naturalmente, cobrirei os custos de
tudo que for necessário.
Demi: Não vou deixar você comprar roupas
para nós.
Joe: Não? Então terei de telefonar para
uma das minhas cunhadas e pedir-lhe que providencie um guarda-roupa adequado
para ambos. As duas são inglesas, e eu espero que você descubra muitas coisas
em comum com elas. Meu irmão caçula, Zac, e sua esposa já têm um filho
adotivo... um menino da mesma idade de Daniel.
Os irmãos dele tinham esposas inglesas?
Ela teria outra companhia feminina? Um pouco da ansiedade de Demi se desfez,
mas voltou quando imaginou como as esposas dos irmãos dele reagiriam à sua
presença.
Demetria: Você todos moram juntos? — perguntou, insegura. Demi tinha uma leve idéia de uma vida familiar italiana... mas não
de uma família siciliana aristocrática.
Joseph: Sim e não. Zac tem sua própria casa
na ilha, enquanto Ian e eu temos nossos próprios apartamentos dentro do castello Jonas, onde meu pai
também vive. Você terá uma suíte pronta para ocupar quando chegar.
Demi: Minha e de Dan? — Analisou Demetria.
Joe: Claro. O lugar dele é com você. Já
lhe disse isso. — Joseph olhou seu relógio de pulso: — Nos encontraremos amanhã
a fim de fazer as compras necessárias. Poderei apanhá-los no seu apartamento, e
então, com alguma sorte, estaremos prontos para partir para Sicília à noite.
Pedirei a Ian para providenciar um jato particular para nós. Quanto a
toda a papelada referente à sua vida aqui, como falei, poderá deixar tudo por
minha conta.
Demi: E você não dirá a Liam que me
encontrou?
Ela não pretendia perguntar e
certamente não pretendia parecer tão patética em sua necessidade de afirmação,
mas era tarde demais querer justificar o que não deveria ter falado. Joseph
estava observando-a , como se procurasse em seu rosto a confirmação de alguma
coisa. Do quê? De seu medo de Liam?
Joe: Não, não direi nada a ele — confirmou Joseph.Ela estava com medo do meio-irmão. Ele já imaginava isso, mas a reação
de Demetria agora confirmava sua suspeita. Mas por quê?
Demi: Se ele me encontrar, tentará induzir-me a colocar Daniel para adoção.
Joe: Não contarei nada. Fique tranquila.
Já estava amanhecendo quando Demetria
acordou de repente de um sono maldormido, seu coração batendo descompassado e
seus sentidos em alerta. Do
lado de fora, na rua londrina, pôde ouvir uma motocicleta, trazendo alívio para
seus nervos tensos.
Ela olhou para o berço onde Dan
dormia e rezou para que tivesse feito a coisa certa em concordar com a ida
deles para a Sicília... que não tivesse trocado uma forma de prisão por outra.
Contanto que Dan estivesse seguro, era tudo que importava.
Nada mais. Nada.
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COMENTEM!!
Isso que é amor de mãe ♥
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