CAPÍTULO 9 - MARATONA

SÓ MAIS UMA NOITE.

Joseph franziu o cenho. Já fazia algum tempo que amanheceu. Ele tomou banho e café da manhã e ligou o laptop que levava consigo para trabalho, mas sua mente não estava na tela.

Toda vez que pensava na amante do primo, era tomado por emoções perigosas e indesejáveis.

Fazia horas que não ouvia um som vindo do quarto. Sem dúvida, trabalhando numa boate, ela tinha o costume de dormir durante o dia... E provavelmente não sozinha!  

O pensamento da mulher dormindo em sua cama no quarto ao lado mexia de tal forma com seus hormônios que mal podia se conter. E era um homem secretamente orgulhoso do fato de ser conhecido por seu incrível auto-controle.

Nick devia se considerar um sujeito de sorte por ter sido impedido por Joe de se casar com a sedutora de olhos mel-turquesa.

Porém, Nick não se achava feliz. Muito pelo contrário, considerava-se um homem sem sorte e, na verdade, desapareceu jurando que não desistiria da mulher que amava, nem mesmo se Joseph fosse em frente com sua ameaça e o deserdasse.

O primo estava mesmo enfeitiçado, e agora que Joe a conheceu, começava a entender como ela era perigosa.

Mas nem mesmo o amor de Nick foi forte o bastante para impedir a presença de Demi ali, tentando agarrar um homem ainda mais rico. Se Joseph quisesse, ela se entregaria a ele de boa vontade!

Tal conhecimento magoaria Nick, mas melhor que fosse magoado logo do que passar uma vida inteira sofrendo humilhações nas mãos dela! Como, sem dúvida, aconteceria.

Certamente o silêncio do quarto não era normal. A mulher devia estar acordada a essas alturas, ao menos pela segurança do bebê.

Irritado, ele foi até o quarto e puxou a cortina.

Ela estava deitada na cama, profundamente adormecida, a pele alva brilhando na luz parca.

Os cabelos pretos, os quais com certeza deviam ser tingidos para alcançar aquela densidade de cor, estavam espalhados no travesseiro. Pálpebras de cílios longos cobriam os olhos turquesa que ela insistia serem naturais.

De repente ela suspirou e gemeu, mas voltou ao sono profundo.

Incapaz de desviar os olhos, Joe continuou observando-a.

Não havia nada que ele soubesse sobre a moral dela que pudesse agradar seu gosto estético e cultural. Mas fisicamente...

Meu Deus! Fisicamente, ela mexia com todos os seus hormônios...

Sem se dar conta, ele deu um passo em direção à cama, a pressão no membro masculino impulsionando-o. Se a tomasse nos braços agora e a acordasse, seria o nome de Nick que ouviria ecoar dos lábios dela?

Só o pensamento deveria ser o suficiente para acalmar sua ereção, mas em vez disso foi  por raiva, perante o pensamento do nome de qualquer homem nos lábios dela que não fosse o seu próprio!

Enquanto lutava contra a percepção do que aquilo significava, foi de repente distraído por barulhinhos vindo do berço.

Virando-se, olhou para Sophia. A filha dela. Uma filha que um outro homem lhe deu. Uma espécie de dor primitiva o invadiu.

Sophia se livrou do cobertor e estava brincando com os pés, sorrindo encantadoramente para ele.

Joe prendeu a respiração. Ela era tão pequenina, tão delicada... tão parecida com a mãe.

Instintivamente, abaixou-se para pegá-la.

Demi não sabia o que a fez despertar, talvez o instinto feminino, decidiu tremendo quando olhou em volta e viu Joseph abaixando-se para Sophia.

Agarrando as cobertas, falou ferozmente :

Demi: Não ouse machucá-la!

Joseph: Machucá-la? — Chocado, ele se virou. — Como ousa dizer isso quando ela já foi muito machucada apenas por ter nascido de uma mulher que... — Incapaz de expressar seus sentimentos, ele comprimiu a boca. — Suponho que ela esteja acostumada a se divertir sozinha, enquanto a mãe dorme sob os efeitos de sua noite de trabalho!

Ela não pôde conter a fúria:

Demi: Como ousa dizer tais coisas depois do modo como se comportou? Você é o homem mais canalha, mais detestável que já conheci.

Não tem um pingo de compaixão ou... ou responsabilidade.

Os olhos dela eram mesmo daquela cor, Joe reconheceu incrédulo quando os observou escurecerem de turquesa para mel-escurecido.

Será que também se transformavam naquela cor quando ela estava perdida de paixão? Ela era tão latente nos desejos sexuais quanto era na raiva? E claro que era, ele sabia disso instintivamente, assim como sabia, também por instinto, que se ela fosse sua...

Joe: São quase onze horas, a criança deve estar com fome —disse ele furioso com sua própria fraqueza em permitir que tais pensamentos penetrassem-lhe a mente.

Onze horas? Como podia ser?, perguntou-se Demi com culpa.

O quanto antes ela e Joe voltassem para a cidade, melhor, decidiu quando Joe saiu do quarto.

Próximo Capítulo ...

De tarde posto mais , prometo :)